quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Análise de Uso da Habitação de Interesse Social


Trabalho de Campo realizado no conjunto habitacional 
Jardim Célia, em Uberlândia-MG, por Tábata Ribeiro e Núbia Silva.

Proposta:
    
Visitar uma habitação de interesse social.

Objetivo:

Avaliar as condições de moradia da população de baixa renda, observando a relação: casa – mobiliário – usuário.

Casa A:

A casa (A) é de uma família de cinco pessoas, sendo o casal e três filhos. Apesar do morador considerar a residência adequada às funções e necessidades da família, admite ser  pouco confortável e que mais espaço resolveria essa situação.
Há uma dificuldade na estocagem de alimentos, materiais de limpeza, vestuário e cosmético. Esses problemas são decorrentes do mobiliário e do espaço, que comprometem a organização e o bem estar da família. Na tentativa de resolvê-los, a casa foi pintada, teve o acréscimo de paredes na sala e na lavandeira, e a maior modificação, a construção de um quarto nos fundos. O mobiliário de fácil aquisição é insuficiente para a demanda de objetos da família. Faltam também repartições para a organização e espaço para acomodação, o  que implica  na busca de módulos organizadores para suprir as necessidades que vão surgindo.
Observou-se um uso mais intenso da cozinha e da sala, sendo exatamente nesses cômodos a maior insatisfação em relação aos móveis.
           A quantidade de usuários e o uso intenso do espaço torna a habitação e o mobiliário popular já existentes ineficientes para essa família. Nesse caso as relações casa - mobiliário - usuário são incompatíveis, embora possível.


Sala-Superposição de Atividades




 Quarto Casal -  Mobiliário Inadequado




Quarto Filhos - Mobiliário Defeituoso Devido a Sua Má Qualidade


  

   Cozinha - Ambiente Mais Organizado da Casa



 Banheiro



 Área de Serviço e Pia Externa, Onde Toda Louça e Alimento são Lavados



 Quintal - Espaço para Objetos Obsoletos ou de Pouco Uso

Casa B:
 
        A casa (B) é de uma família de apenas três pessoas, sendo o casal e uma filha. Esse é o  primeiro ponto para que casa - usuário sejam compatíveis, já que a casa é de dois dormitórios. 

        A casa é bem mobiliada, no tocante à relação mobiliário – usuário, uma vez que a família consegue manter seus objetos organizados, diferente da relação mobiliário – casa. Isso se dá devido às dimensões dos móveis desproporcionais às da casa.

        O cômodo de uso mais intenso é a sala, onde se superpõem várias atividades, dentre elas estudar, assistir TV, refeições e descanso, seguido pelo quintal onde também se concentram um bom número de atividades realizadas em grupo ou família. 

        A casa (B) já teve várias interferências,para melhoria, como podemos ver na cozinha e no banheiro, onde foram assentadas cerâmicas. Há também a  presença de granito  e box no banheiro e uma bancada na cozinha. Essas modificações, apesar de internas, refletem os anseios dos moradores por moradias mais completas.



 Sala-Ambiente Social, Onde se Desenvolve a Maior Parte das Atividades Familiares


 Quarto Casal - Mobilíario e Espaço Incompatíveis 



 Quarto da Filha



  Banheiro com Melhorias no Acabamento



   Cozinha com Melhorias de Acabamento e Mobiliário Adequados ao Espaço



 Área de Serviço- Funciona como um Acréscimo da Cozinha



   Quintal - Área Livre


Conclusão:

        Através da análise das habitações de interesse social podemos concluir uma série de problemas que existem nestes locais. Alguns destes problemas são solucionados à medida que passa ser possível, por exemplo, quando cada família utiliza o pequeno espaço disposto de formas semelhantes. Por serem casas de conjunto habitacional, a planta é a mesma para todos, mas alguns modificam o espaço de acordo com suas necessidades específicas e o que é permitido em relação à condição financeira de cada um.

        Percebemos certa dificuldade no ajuste do mobiliário ao espaço, por serem espaços pequenos que limitam o uso de determinadas mobílias. Considerando que são utilizados de forma multifuncional, notamos a falha dos mobiliários existentes no mercado em atenderem também essa multifuncionalidade.

        Mesmo que seus moradores julguem morar em uma casa com privacidade e conforto, entendemos que este julgamento não seria feito da mesma forma por outras pessoas sem ligação afetiva com a casa. Na verdade, a casa representa uma conquista e realização de um sonho para seus moradores e, por mais simples que seja, atendem bem - ao ver deles - a necessidade de morar e possuir.

        Privacidade e segurança não são vistos. As famílias ocupam o mesmo espaço para funções variadas e, como são ambientes próximos um do outro, mesmo que um esteja em um local é possível observar o que esta sendo feito no outro ambiente.

        A área de maior convívio familiar é a sala,onde, além do lazer, são feitas tarefas do dia-a-dia como estudo, leitura, refeições e descanso.

        O quintal é um acréscimo da casa, mas não é bem aproveitado considerando o potencial que este poderia ter. É nesso local onde realizam pequenas confraternizações com familiares e amigos, brincam com as crianças, estendem as roupas etc.

        Com tudo isto concluímos a extrema importância do estudo e conhecimento das dificuldades enfrentadas pelos moradores destes espaços mínimos  para então propormos soluções efetivas.


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